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BLOG 30/6/2025


O PODER DA ÁGUA NOS CUIDADOS PALIATIVOS
A imersão em água morna diminui os níveis de estresse e ansiedade, proporcionando conforto emocional.
 
 
Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) definiu os conceitos de cuidados paliativos como um tipo de assistência oferecida por uma equipe multidisciplinar com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças graves. Dados da OMS estimam que mais de 56 milhões de pessoas necessitam deste tipo de cuidado anualmente, em termos globais. Com a expectativa de vida aumentada e a maior quantidade de idosos no mundo, a tendência é que o número aumente ainda mais. Os cuidados paliativos envolvem a prevenção e o alívio do sofrimento diante de uma doença incurável, assim como a identificação precoce, a avaliação e o tratamento da dor e de outros sintomas físicos, sociais, psicológicos e espirituais. E uma das terapias utilizadas envolve o ambiente aquático. 
 
“O ambiente aquático oferece benefícios significativos para pacientes em cuidados paliativos, atuando tanto no alívio físico quanto no suporte emocional e psicológico”, afirmam os autores do livro ‘Inovações em cuidados paliativos avançados’, um grupo interdisciplinar de pesquisadores e docentes da Universidade Franciscana (UFN), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). De acordo com os professores, a flutuação reduz o impacto gravitacional, aliviando dores musculoesqueléticas e promovendo relaxamento muscular. Além disso, a imersão em água morna diminui os níveis de estresse e ansiedade, proporcionando conforto emocional, e os exercícios de baixo impacto na água ajudam a preservar ou recuperar a mobilidade.
 
A professora Fernanda Peron Gaspary, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFN, acrescenta que o contato sensorial com a água promove momentos de prazer e conforto, facilitando a reabilitação e oferecendo uma sensação de liberdade e dignidade. “Esse ambiente também favorece a interação social e melhora a qualidade do sono, ampliando o bem-estar geral desses pacientes”, acentua. Os cuidados paliativos aquáticos avançados envolvem uma combinação de técnicas terapêuticas tradicionais com o uso de tecnologias emergentes, criando uma abordagem multidimensional para o manejo de sintomas e a promoção do bem-estar. A execução desses cuidados começa com o preparo de um ambiente controlado – geralmente piscinas terapêuticas adaptadas para oferecer conforto e segurança. “A água utilizada deve ser monitorada quanto à temperatura e composição química, podendo ser enriquecida com minerais para potencializar os efeitos terapêuticos”, ensina a professora. As intervenções mais indicadas no ambiente aquático incluem hidroterapia, banhos terapêuticos, terapia de flutuação, Watsu e terapias sensoriais. A hidroterapia utiliza movimentos suaves para aliviar tensões musculares e melhorar a flexibilidade, enquanto os banhos terapêuticos com água morna ou enriquecida com sais minerais promovem relaxamento e aliviam dores. A terapia de flutuação reduz a pressão corporal e proporciona alívio emocional, e o Watsu combina massagens e alongamentos, criando uma experiência de relaxamento profundo e conexão corpo-mente. Essas práticas, realizadas em um ambiente aquático, facilitam a reabilitação e promovem benefícios tanto físicos quanto emocionais, com destaque para o alívio de dores, melhoria da circulação e redução de estresse.
 
 
COMPROVAÇÕES 
 
Alguns exemplos concretos dos benefícios dos cuidados paliativos no ambiente aquático incluem o programa Pediatric Palliative Aquatics, desenvolvido na George Mark Children’s House, nos Estados Unidos. Esse programa utiliza terapias aquáticas para aliviar dores, promover relaxamento e fortalecer vínculos familiares, especialmente para crianças em cuidados paliativos. 
 
No Brasil, apesar de iniciativas específicas ainda serem limitadas, há um crescente interesse por abordagens integrativas, particularmente em instituições privadas. “Modelos internacionais, como o norte-americano, podem servir de base para a criação de programas adaptados ao contexto brasileiro, integrando práticas aquáticas ao sistema público de saúde para beneficiar pacientes e suas famílias”, relatam os professores.
 
 
 
SINERGIA ENTRE CIÊNCIA E HUMANIZAÇÃO
 
Nesse projeto, durante as sessões, está previsto que os pacientes sejam submetidos a estímulos controlados de campos eletromagnéticos pulsantes (PEMF) aplicados com o auxílio do AuBento – um multidispositivo criado pelo grupo que integra campos eletromagnéticos pulsantes artificiais ao ambiente aquático, oferecendo uma sinergia única entre ciência e humanização do cuidado. O dispositivo multifuncional foi projetado para integrar tecnologias avançadas ao cuidado aquático, com objetivo de modular processos celulares, aliviar a dor neuropática e estimular a regeneração tecidual. Assim, a ferramenta incorpora campos eletromagnéticos pulsantes associados a fluidos magnéticos em ambientes aquáticos controlados, ampliando os benefícios terapêuticos de maneiras inovadoras. Essas características permitem a criação de novos protocolos de tratamento que combinam hidroterapia com estimulação eletromagnética e estímulos sensoriais. 
 
O dispositivo também oferece um ambiente multissensorial que integra hidroterapia com cromoterapia e musicoterapia, criando um espaço de relaxamento profundo e promovendo bem-estar emocional nos pacientes. “Além disso, sua tecnologia de solução coloidal aquosa aumenta a condutividade dos campos eletromagnéticos, otimizando a eficácia dos tratamentos”, reforçam. De acordo com os professores, essas intervenções são combinadas com técnicas como flutuação assistida, alongamentos terapêutico e massagens aquáticas, criando uma experiência sensorial que promove relaxamento físico e emocional. Embora o cuidado seja centrado no paciente, também pode incluir familiares e, assim, reforçar laços afetivos e promover suporte psicológico. As sessões são conduzidas por uma equipe multidisciplinar capacitada composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e especialistas em biofísica médica, garantindo que os tratamentos sejam ajustados às necessidades específicas de cada paciente.
 
O AuBento apresenta configurações versáteis, com tanques ajustáveis para modalidades clássicas ou experimentais, o que permite personalizar os cuidados de acordo com as condições individuais do paciente. A aplicação prática, no entanto, não se limita à reabilitação física. Assim, o dispositivo também é uma ferramenta valiosa para estudos clínicos, permitindo validar os efeitos terapêuticos da integração entre água, campos eletromagnéticos e protocolos complementares. “Dessa forma, o dispositivo amplia o horizonte dos cuidados paliativos aquáticos, oferecendo alternativas que não apenas aliviam sintomas físicos, mas também promovem um cuidado integral e humanizado”, asseguram.
 
Os pesquisadores acrescentam que o AuBento representa uma inovação significativa na área de cuidados paliativos, combinando ciência avançada com uma abordagem profundamente humanizada. Ao integrar tecnologias como campos eletromagnéticos pulsantes em um ambiente aquático, o dispositivo oferece novos caminhos para o manejo de sintomas, melhora da qualidade de vida e fortalecimento de laços familiares. Para o grupo, o AuBento simboliza a busca por terapias que reconhecem a complexidade e a individualidade de cada paciente, reafirmando o compromisso com o cuidado integral. Assim, a implementação da ferramenta em larga escala teria o potencial de transformar paradigmas na saúde, oferecendo soluções que conciliam tecnologia de ponta com o acolhimento humano necessário para pacientes em condições críticas. 
 
O dispositivo foi desenvolvido como uma experiência projetual no âmbito de pesquisa. Entretanto, a ideia original evoluiu ao longo do tempo e, atualmente, a estrutura para cuidados paliativos avançados é oferecida na forma de protocolos integrativos no Instituto AuBento, localizado em Santa Maria, no Rio Grande do Sul. “Essa abordagem reflete o compromisso com a inovação terapêutica, incluindo o uso de um ambiente aquático, uma vez que contamos com uma estrutura de piscina que possibilita cuidados específicos nesse contexto. Embora o dispositivo tenha sido crucial no desenvolvimento das ideias apresentadas no livro, ainda está restrito a protocolos de pesquisa”, afirma a professora Fernanda Peron Gaspary. O artigo científico “Translational insights into the hormetic potential of carbon dioxide: from physiological mechanisms to innovative adjunct therapeutic potential for cancer”, publicado na revista Frontiers in Physiology, ilustra como o grupo está explorando abordagens inovadoras que conectam fundamentos fisiológicos com aplicações terapêuticas emergentes.
 
 
O BENEFÍCIO DOS BALNEÁRIOS DE ÁGUAS MINERAIS
 
Os banhos quentes em águas minerais naturais também proporcionam benefícios terapêuticos amplos. Essa prática terapêutica, denominada como termalismo, utiliza águas minerais naturais e termais para a manutenção, recuperação e ampliação da saúde. Entre os exemplos de benefícios estão melhora da circulação sanguínea por meio da vasodilatação, relaxamento dos músculos tensos, redução de inflamações e promoção de desintoxicação celular. Além disso, o calor alivia dores crônicas, como aquelas associadas à artrite e fibromialgia, e ajuda na recuperação funcional ao reduzir rigidez articular. O contato com minerais como enxofre e magnésio oferece propriedades anti-inflamatórias e regenerativas, enquanto o ambiente tranquilo dos balneários contribui para o bem-estar mental, reduzindo estresse e ansiedade. As terapias aquáticas são indicadas para uma ampla gama de condições, incluindo doenças musculoesqueléticas, como artrite e lombalgia; neurológicas, como paralisia cerebral e derrame cerebral; metabólicas, como diabetes e obesidade; e dermatológicas, como psoríase e eczema. “As águas termais também são eficazes no manejo de transtornos psiquiátricos, como ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático, além de auxiliarem na reabilitação física de lesões esportivas e fraturas” ressaltam os professores. Pacientes com doenças crônicas, como câncer, podem encontrar alívio na redução de dores e melhora da qualidade de vida por meio dessas terapias.
 
A professora Fernanda Peron Gaspary ainda salienta que a inclusão do termalismo nas Práticas Integrativas e Complementares (PICS) do Sistema Único de Saúde (SUS) pode representar um avanço na ampliação das opções de cuidado complementar e baseado em evidências emergentes. “Embora sejam necessários mais estudos para validar e consolidar cientificamente essas práticas, o termalismo tem o potencial de contribuir para o manejo de doenças crônicas, reduzir a necessidade de medicamentos e valorizar os recursos naturais do Brasil, como suas fontes termais. Quando utilizado de forma integrada aos tratamentos convencionais, pode oferecer uma abordagem preventiva, terapêutica e reabilitadora que agrega valor ao cuidado, especialmente em populações vulneráveis, promovendo a humanização da assistência em saúde”, enfatiza.
 
 
 
 SAÚDE PÚBLICA 
 
No livro ‘Inovações em cuidados paliativos avançados’, os autores afirmam que a inclusão do ambiente aquático na ambiência de cuidar pode agregar positivamente e inovar no processo de prestar assistência. Entretanto, essa implantação de terapias aquáticas em saúde pública exige planejamento estratégico e capacitação profissional. 
 
“O desenvolvimento de protocolos baseados em evidências científicas é essencial para garantir a segurança e a eficácia das intervenções. Além disso, a infraestrutura deve ser adaptada com piscinas terapêuticas acessíveis e devidamente equipadas, assim como o monitoramento e a avaliação contínua são fundamentais para ajustar as práticas às necessidades regionais e melhorar os resultados”, argumentam.
 

Fonte: Revista da Piscina - Edição 95



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