A importância da estabilidade do pH.

Revistas Edição 12

A IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE DO pH

O pH da água da piscina tem importância fundamental na qualidade do tratamento, assim como no conforto dos banhistas e na proteção dos equipamentos e superfícies contra a corrosão. Tal é a sua importância que nunca será demais relembrar-se da necessidade de controlar e ajustar o mesmo sempre que ele se desviar dos parâmetros ideais.

A QUALIDADE DO TRATAMENTO

Uma água de piscina só estará bem tratada se contiver um residual de cloro livre superior a 1,0 parte por milhão, com pH na faixa de 7,2 a 7,6. Se o pH não estiver nessa faixa, o residual de 1 ppm poderá não assegurar nada. Isto porque o cloro livre, ou mais corretamente, o ácido hipocloroso (HOCl) se dissocia na água para formar os íons hidrogênio e hipoclorito, e estes se associam novamente para formar ácido hipocloroso, conforme a equação reversível abaixo:

HOCl ⇌ H⁺ + OCl^-

Como esta reação se processa nos dois sentidos, teremos então a qualquer momento uma certa quantidade de cada uma dessas substâncias. E essa quantidade (ou porcentagem) é constante para um determinado valor de pH, porém varia de acordo com o mesmo pH, conforme a Tabela 1.

O íon hipoclorito tem poder germicida reduzidíssimo - cerca de CEM VEZES MENOR que o ácido hipocloroso - e como vimos, a quantidade do mesmo que está presente no cloro livre analisado é governada pelo pH.

TABELA 1

Distribuição do cloro livre

pH	%HOCl	%OCl^-
6,0	96,8	3,2
7,0	75,2	24,8
7,5	49,1	50,9
8,0	23,2	76,8
9,0	2,9	97,1

Podemos perceber então que quando o residual de cloro livre analisado é de 1,0ppm e o pH é de 7,5, na verdade temos cerca de 50% daquele saneante na forma molecu lar HOCl (eficiente), enquanto os 50% restantes estarão na forma iônica OCl( ineficiente). Então temos 0,5 ppm na forma realmente germicida.

Se o pH fosse 9,0, por exemplo, e o cloro livre 1,0 ppm, teríamos um resultado totalmente diferente, pois apenas 2,9% de 1 ppm seriam de cloro livre na forma molecular, ou seja, 0,029 ppm, isto é, uma quantidade insuficiente para realizar a desinfecção necessária. Em outras palavras, para que o residual de cloro livre molecular fosse igual ao exemplo anterior (0,5 ppm de HOCl), seria necessário, em pH igual a 9,0, um residual de cloro livre igual a 17,25 ppm. Não é espantosa a diferença?

CONFORTO DOS BANHISTAS

Embora o cloro sirva de bode expiatório para tratamentos talhos e torne-se vilão para muita propaganda enganosa, ele ainda é o melhor desiftetante para tratamento de água e, além de não transmitir gosto ou cheiro à água tratada, nas quantidades utilizadas para fins de tratamento, ele não irrita os olhos ( lembrem-se que quando a água cheira cloro ela está contaminada de cloraminas). O pH sim, pode causar desconforto aos banhistas. Aliás, o maior número de queixas dos banhistas é de irritação dos olhos, que também é atribuída ao excesso de cloro. Diversos testes realizados com banhistas apontam a causa de irritação nos olhos como sendo produto do pH muito baixo ( menor que 7) ou pH muito alto (acima de 8), ou ainda residuais de cloro combinado (cloraminas).

A CORROSÃO

Sabemos que pH ácido dissolve metais, provocando corrosão; já ouvimos casos em que mesmo um filtro de ehapa de aço inoxidável foi perfurado em poucas semanas por água de piscina excessivamente ácida. Muita gente não sabe que essa corrosão pode ocorrer até com superfícies de concreto.

E POR QUE VARIA O pH?

Por vários motivos. Em razão da baixa alcalinidade das águas brasileiras é muito comum o pH variar quase que diariamente quando adicionamos à água qualquer produto químico, ou mesmo com água das chuvas (chuvas ácidas, em áreas de poluição industrial agravam ainda mais o problema).

Basta sabermos o pH de alguns produtos para termos uma idéia do impacto dos mesmos sobre o pH (hipoclorito de sódio 13-14; hipoclorito de cálcio 12-13: triclaro em tabletes 2, 8-3).

Desta forma, dificilmente uma piscina pode passar uma semana sem receber uma dosagem de corretivos de pH (pH MAIS ou pH MENOS), havendo casos em que a correção é necessária até diariamente.

Como geralmente o pH não recebe a atenção que merece, pois os efeitos de sua variação não são imediatamente visíveis, normalmente a sua correção é relegada a uma freqüência mensal, às vezes menor, daí resultando problemas sérios para a saúde das pessoas, dos saneantes e dos equipamentos.

Uma forma de evitar esse problema é a estabilização do pH. Ela consiste em colocar na água um produto que se combina tanto com os produtos ácidos como com os produtos básicos presentes na água, neutralizando ou reduzindo sua acão sobre o pH.

Esse produto chama-se pH CERTO e pode ser utilizado de 2 formas:

1) Adicionando-se à água, de uma só vez, a quantidade correta de pH CERTO determinada pela análise da estabilidade do pH. (O conjunto para análise da estabilidade do pH junto com a tabela das quantidades a utilizar de pH CERTO é encontrado nos revendedores GENCO);

2) Simplesmente substituindo-se o pH MAIS (ou carbonato de sódio) utilizado para elevar o pH por pH CERTO. A quantidade de pH CERTO utilizada inicialmente poderá ser ligeiramente maior do que a de pH MAIS, porém

com o tempo o pH se tornará mais estável, resistente a variações bruscas, e passará a requerer correções a intervalos maiores. Faça experiência.