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Revistas Edição 92

Piscina e Saúde


Natação estimula o desenvolvimento na primeira infância
Prática pode começar a partir de seis meses de vida, quando o bebê já tomou as vacinas e o ducto do ouvido está formado
 
 
Os bebês permanecem em meio líquido até o nascimento, e talvez este seja o motivo de serem tão encantados com a água nos primeiros anos de vida. Os estudos que começaram a investigar o comportamento dos bebês em meio aquático datam do início do século 20 (1919 e 1939), período em que os cientistas norte-americanos John B. Watson e Myrtle Byram McGraw, respectivamente, buscavam explicações para os movimentos de bebês na piscina. Enquanto o psicólogo John B. Watson argumentava que eram movimentos desorganizados e condicionados ao ambiente, a psicóloga, neurobióloga e pesquisadora de desenvolvimento infantil Myrtle Byram McGraw registrava padrões de coordenação motora aquática bem definidos, mostrando que os bebês conseguiam se deslocar e manter um padrão de movimento bem coordenado com braços, pernas e tronco. 
 
 
A partir dessas observações, outros estudos conseguiram mostrar que, além do prazer de brincar na água, a natação na primeira infância era importante para fortalecer a musculatura, colaborar com a lateralidade, o equilíbrio, a orientação espacial e a coordenação motora ampla da criança – desde que seja respeitado o desenvolvimento maturacional e neuromotor de cada uma. No ‘Estudo de parâmetros fisiológicos dos bebês na natação’, o professor doutor das disciplinas Natação I e II da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFEUSP), Antonio Carlos Mansoldo, e o professor mestre Caio Graco Simoni da Silva, docente do Centro Universitário Ítalo Brasileiro (Unitalo), lembram que os polinésios inseriam e circundavam seus bebês dentro da água, desde os primeiros dias de vida, já em séculos passados, e, hoje em dia, essa prática torna-se cada vez mais presente em clubes e academias. “Sabemos que a prática de nadar é tão antiga quanto as atividades naturais como correr, saltar, arremessar e brincar”, afirma o professor Antonio Carlos Mansoldo. 
 
O estudo, que envolveu 20 crianças com média de idade de 17 meses que participavam de aulas regulares de natação na cidade de Santos, no litoral de São Paulo, avaliou se os aspectos relacionados ao metabolismo do bebê são alterados com a prática do exercício físico, e os resultados mostraram que a natação com imersão não compromete a saúde e o desenvolvimento. Ao iniciar a prática na mais tenra idade ocorre, ainda, um progresso do tônus muscular, principalmente da região cervical, possibilitando uma melhor sustentação da cabeça. “A pouca adaptação à posição ereta nesta fase da vida leva o bebê a aceitar de forma mais natural as posições horizontais, dorsais e ventrais, por isso, inserir e estimular essas posições dentro do programa aquático é de grande relevância. A presença de alguns reflexos coloca esta etapa de desenvolvimento como a mais propícia para a aprendizagem, e o resgate de memória da vida intrauterina também pode ser responsável pelo bem-estar do bebê na água”, afirmam os autores. 
 
A recomendação é que a natação seja iniciada após os seis meses, depois de o bebê receber as vacinas de poliomielite, difteria, coqueluche e tétano – que garantirão maior proteção imunológica – e quando o ducto auricular já está mais bem formado. “Apesar disso, existem cada vez mais relatos de pais que nem esperam tanto tempo assim. Sem dúvida, o melhor a fazer é avaliar caso a caso e, principalmente, discutir o assunto com o pediatra”, acentua o nadador Gustavo Borges – quatro vezes medalhista olímpico (duas de prata e duas de bronze) e campeão mundial e Pan-americano de natação – que criou a Metodologia Gustavo Borges de Natação com consultoria pedagógica do doutor em Biodinâmica do Movimento Humano Fabrício Madureira. 
 
Segundo os especialistas, é fundamental deixar o bebê confortável na água, sem apressar etapas como, por exemplo, o mergulho. “O bebê, muito provavelmente, dará dicas importantes aos pais e professores, mostrando que está cada vez mais confortável naquele ambiente”, destaca o campão olímpico. Também é recomendável procurar um espaço que tenha um método pedagógico de ensino, porque profissionais bem capacitados sabem conduzir o passo a passo dos momentos iniciais do bebê na água. Além disso, a presença dos pais é considerada fundamental nas aulas nesta fase da vida. Também é preciso tomar cuidado com a higienização e manutenção do ouvido do bebê, evitar correntes de ar frio na entrada e na saída da piscina, ter sempre uma manta ou um roupão adequado, verificar a temperatura da piscina – que deve estar entre 31oC- 32oC e ter atenção ao bebê o tempo todo, analisando as reações no contato com a água e fora dela. Ao primeiro sinal de desconforto, é importante consultar o pediatra para entender se há algo de errado acontecendo.
 
Crianças mais velhas também são beneficiadas
 
A natação para crianças é um exercício de grande valia para o desenvolvimento físico, afetivo e social e para a formação cognitiva. No artigo de revisão ‘Benefícios da natação para crianças e adolescentes’, desenvolvido por pesquisadores da Faculdade de Piracanjuba e Instituto Federal Goiano, ambos de Goiás, e Universidade Católica de Brasília – publicado no Brazilian Journal of Development em 2020 –, os autores acentuam que a prática funciona como uma excelente atividade motora na primeira infância, na qual a criança experimenta uma motricidade aquática dinâmica de maneira natural e espontânea. O contato da criança com a água da piscina, os colegas e o professor permite, ainda, trabalhar aspectos como afetividade, autoconfiança e criatividade por meio do desenvolvimento de atividades físicas, psicológicas, de aprendizagem e afetivas que facilitam a integração social.
 
A revisão bibliográfica se baseou em inúmeros estudos desenvolvidos nos últimos anos sobre a prática da natação e os benefícios ao desenvolvimento infantil. Em um deles, o autor ressalta que a estimulação na água também confere à criança a possibilidade de andar mais precocemente, ter melhor domínio (coordenação) de movimentos e desenvolver uma autonomia que será muito favorável na conquista de outras formas de relação e interação com o ambiente.  Alguns trabalhos realizados na pré-escola também indicam que é comum para crianças de seis anos de idade desenvolver habilidades de nadar razoavelmente bem nesta faixa etária. 
 
Além disso, a natação auxilia no desenvolvimento neuromotora e, por isso, é indicada para crianças que apresentam alguma doença ou transtorno neuropsicomotor. “Ao analisar os estudos mais recentes, compreendemos que a natação é uma atividade que beneficia o desenvolvimento das crianças, buscando sociabilizá-las, e leva ao bem-estar e ao desenvolvimento psicomotor. A natação oferece a capacidade de trabalhar todo o corpo sem qualquer impacto severo sobre o sistema esquelético, e os benefícios vão muito além de melhorar a musculatura”, acentuam os autores da revisão científica. 
 
 

 

 
 
 
Fala Gustavo!
 
 
Quais são os principais benefícios do contato precoce com a água para a saúde e o desenvolvimento cognitivo?
Inúmeros. Primeiramente, porque já incentiva as crianças, por mais que ainda bebês, a conhecerem o mundo exterior. Já amplia para eles essa condição, de que tenham mais contato com outros ambientes, pessoas e estímulos. Depois, porque, quando bem orientados, como dito acima, existe um padrão pedagógico para desenvolver atenção, interação, estimular a psicomotricidade, a criatividade. Em um ambiente que impõe menos limites físicos, como é a água (vale lembrar que, claro, eles ainda não andam, então ficam mais limitados nos movimentos em casa), também estimula essa parte motor, com braços e pernas trabalhando mais intensamente.
 
Até que idade é recomendado ensinar natação para as crianças?
Natação é o único esporte que não tem um limite de idade, para menos e para mais. Pode-se começar a nadar com meses de vida e seguir até 90, 95, 100, 110 anos. Maria Lenk – a principal nadadora brasileira da história – nadou até o último dia de vida, aos 92 anos. O importante é respeitar os limites de cada fase, cada faixa etária, cada momento. Não se pode submeter uma criança de cinco anos a um estímulo ou a uma intensidade que não convém com o momento dela. Assim como vale a pena puxar um pouco mais o ritmo com indivíduos mais avançados. O aprendizado vai depender de quando a pessoa tem o primeiro contato com a natação. E, mesmo assim, como cada indivíduo é diferente e terá seu próprio ritmo.
 
Crianças que sabem nadar ficam mais protegidas, de forma geral, se acontecer um incidente na piscina?
Ficam no sentido de saberem nadar e ter autonomia aquática. Evidentemente, uma criança que saiba nadar terá muito mais segurança de entrar em uma piscina do que uma que não sabe. Mas, mesmo que uma criança nade bem e tenha essa autonomia, ela nunca deve ser deixada em uma piscina, um lago, um rio ou o mar sem a supervisão de um adulto. A regra essencial, na natação, é de que os olhos têm de estar 100% na criança quando ela estiver na água, o tempo todo! Não importa o nível de autonomia que essa criança tenha. Nada de dar uma saidinha para ir ao banheiro, uma olhadinha no celular, uma relaxada para tomar sol. Criança na água precisa da companhia plena de um adulto.
 
Conte um pouco sobre o conceito Águas da Transformação.
Está baseado no conceito de educar por meio da natação com três pilares essenciais, que são desenvolvimentos motor, cognitivo e comportamental. É transformar uma criança (além de adolescentes e adultos, por que não?) por completo, dando não apenas autonomia aquática, mas, principalmente, uma base para que possa desempenhar qualquer outra função. A natação, por si só, é um esporte que desenvolve demais a parte física, cardiorrespiratória e mental. Aliando isso aos conceitos de valores morais, é possível buscar um desenvolvimento pleno do ser humano.
 
Em que consiste a metodologia para o ensino da natação na primeira infância?
Basicamente, em respeitar o momento e o nível pedagógico de cada um. Bebês têm de ser tratados como bebês e tudo o que mais precisam, nessa etapa, está determinado pelo processo pedagógico da Metodologia Gustavo Borges (MGB). E assim segue com crianças, adolescentes e adultos. O importante é aplicar a metodologia pedagógica correspondente a cada nível respeitando as características individuais. A primeira infância é um momento essencial não apenas para o desenvolvimento motor e cognitivo, mas, também para o aprendizado de valores morais. E a MGB preza demais isso. Nosso lema é educar por meio da natação, porque entendemos que não estamos formando apenas nadadores, mas, indivíduos. Dessa maneira, tão importante quanto ensinar a girar os braços, bater as pernas e respirar é mostrar valores como educação, respeito, organização, convívio social, disciplina, responsabilidade e outros mais.
 
O que a natação significa para você?
A água é a nossa vida e acreditamos demais no nosso mais recente lema, amplamente divulgado nas nossas campanhas: Não é só Natação! Nadar é maravilhoso e que bom seria se todo mundo tivesse acesso a essa prática, mas, também é essencial para o desenvolvimento social e moral. A natação salva de inúmeras maneiras, dando autonomia no ambiente aquático e qualidade de vida. Uma dica é: procure sempre um estabelecimento que tenha um programa pedagógico bem definido, porque apenas assim todos esses elementos serão explorados e desenvolvidos em sua plenitude. 






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