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BLOG 15/7/2020


HIDROGINÁSTICA PARA GESTANTE: CUIDADOS E BENEFÍCIOS
Autor: Prof. Dr. Marcelo Barros de Vasconcellos
 
 
 
O professor que trabalha com gestante na água deve estar apto, a durante as aulas, a dialogar e preparar a futura mamãe para lidar com o bebê. A comunicação com empatia e paciência são fatores primordiais de quem se propõe a trabalhar com este segmento da população. Além disso, estar atento para algumas recomendações básicas à segurança do bebê, da mãe e sua própria segurança jurídica, caso venha acontecer algum incidente durante a aula.
 
O corpo da mulher passa por muitas mudanças durante os três trimestres da gravidez, mudanças fisiológicas em muitos órgãos e sistemas do corpo da mãe para permitir o fornecimento de nutrientes apropriados ao feto e a remoção dos metabólicos e mudanças estruturais para acomodar e abrigar o feto. Segundo a Aquatic Exercise Association, para a maioria das mulheres grávidas, o exercício é uma escolha saudável que melhor permite ao corpo adaptar-se às mudanças corporais necessárias.
 
Existem dois públicos de gestantes na hidroginástica. O primeiro, é formado por aluna que chega grávida para se matricular na hidroginástica. O segundo, é composto por aluna que já era praticante de hidroginástica e, ao engravidar, deseja continuar a fazer a atividade aquática. Ambas podem trazer certa insegurança para o profissional que não está acostumado a trabalhar com este público. 
 
Diante das possíveis dúvidas do professor iniciante e do que tem pouca experiência com trabalho para gestante, este texto procurar abordar os benefícios do exercício aquático para esse público, assim como os cuidados e os procedimentos que devem ser tomados na rotina de aula de hidroginástica. 
 
A orientação básica para o trabalho com gestante é, se a aluna já fazia hidroginástica, dar continuidade no exercício aquático, só que agora com objetivo diferente do que fazia anteriormente. A proposta passa a ser de exercícios que venham a favorecer o transcorrer da gestação e uma boa recuperação pós-parto. Já para aquelas que não praticavam hidroginástica, a recomendação é que espere os três meses iniciais passarem, para que o embrião tenha uma boa formação e assim os riscos de aborto diminuam. 
 
Vale ressaltar que, antes de tudo, independentemente de ser aluna nova ou praticante que engravidou, é preciso ter liberação do médico para praticar hidroginástica. Já no local onde fará aula ela irá responder a anamnese e realizar com seu professor o teste de aquacidade para hidroginástica.
 
 
Benefícios da hidroginástica 
 
No decorrer das últimas décadas, o avanço das pesquisas médica e científica fizeram com que maioria dos médicos e profissionais de saúde mudassem de opinião em relação aos benefícios do exercício aquático para gestante, pois achava-se que o exercício não era bom nem para a mãe nem para o bebê. Hoje além de reconhecerem o benefício, os profissionais incentivam as grávidas a se exercitarem durante a gestação e após ter dado à luz. 
 
Pesquisadores espanhóis mencionam que o exercício aeróbico na água pode ser uma alternativa ao controle da dor durante o trabalho de parto, aumentar a satisfação materna e é provável que seja prontamente aceito por mulheres grávidas1, além de oportunizar menos risco de ter depressão pós-parto.
 
O diferencial do trabalho de hidroginástica para gestante é a oportunidade de se exercitar na posição vertical, em quase todo tempo, e usufruir das propriedades que só a água oferece: a pressão por todos os lados (hidrostática) e a força de baixo para cima (empuxo). Assim, atualmente os exercícios aquáticos na posição vertical, tal como a hidroginástica, estão sendo cada vez mais indicados devido aos seus diversos benefícios para saúde. Para gestante estes benefícios são centrados na diminuição do cansaço físico, da ansiedade, das dores na coluna e costas, de complicações durante a gestação e parto, de retenção de líquidos, de varizes, de ganhos excessivos de peso, do desconforto durante a gestação e, no último trimestre, do cansaço físico e do peso extra de articulações e ligamentos.
 
A hidroginástica tem sido indicada para gestante por médicos e profissionais da saúde em função dos benefícios relacionados a melhora da auto-estima; da autoimagem; da flexibilidade; da musculatura abdominal que facilita a acomodação do feto, reduzindo a sobrecarga na região lombar; da estética; do controle do peso ponderal; do controle respiratório tanto da gestante como o bebê; do equilíbrio do corpo; do estresse psicológico da gravidez; dos problemas associados a varizes e hemorroidas; do relaxamento do corpo inteiro; da recuperação pós-parto e do suporte da coluna vertebral, modificada pelo desequilíbrio postural gerado pelo crescimento da barriga.
 
 
Sinais ou sintomas para interrupção da aula 
 
O profissional de educação física que trabalha com gestante deve estar atento a alguns sinais e sintomas que a gestante pode fornecer para que a sua aula transcorra com mais segurança e em caso de sintoma diferenciado, o professor deve orientar a gestante a comunicar a ocorrência ao seu médico. 
 
Existem algumas condições onde o professor de hidroginástica deve ter bom senso e não assumir o risco de ministrar aulas para gestante contraindicando o exercício, pois pode gerar um incidente para gestante e/ou bebê. O professor precisa estar atento à como a aluna reage aos movimentos propostos em aula, assim como a cada exercício solicitado. 
 
Os sinais que o professor deve estar atendo é aquilo que ele vê num aluno, por exemplo, uma vermelhidão no rosto, transpirar excessivo, etc. Já o sintoma é a aluna relatar o que está acontecendo, e que você pode ou não constatar, por exemplo, dor de cabeça, enjoo, etc. 
 
 
Cabe ao professor atentar para os sinais ou sintomas para interrupção da aula:
 
    • contrações uterinas em intervalos pequenos (20 min);
    • dificuldade excessiva de caminhar;
    • dor no púbis, quadril ou no peito;
    • falta ou diminuição do movimento do bebê;
    • inchações que não diminuem;
    • palpitações e/ou taquicardia contínuas;
    • perda de líquidos, vertigens ou fraqueza
 
Cabe ao professor ensinar a gestante a:  
 
    • forma correta de entrar e sair da piscina (sempre pela escada);
    • evitar alto impacto, mudanças bruscas de direção e exercícios de duração muito longa;
    • evitar elevações da perna à frente e ao lado muito repetitivamente (em função do encurtamento da musculatura do quadríceps);
    • evitar exercícios com muita amplitude articular (respeitar o limite individual);  
    • monitorar a frequência cardíaca da gestante durante a atividade cardiovascular;
    • trabalhar o alongamento sem chegar ao limite máximo de resistência;
    • trabalhar o equilíbrio na água de forma lenta e gradativa;
    • interromper a atividade se qualquer sintoma anormal aparecer;
    • manter o corpo em equilíbrio e os joelhos afastados;
    • realizar a hidratação antes, durante e depois da aula;
    • evitar forçar a posição de abdução, porque ela tenciona a sínfise púbica; 
    • evitar saltar tirando o corpo da água (manter o ombro na água e pernas afastadas);
    • evitar realizar movimentos desequilibrados, ex: estender a perna demasiadamente para trás.
 
Cabe ao professor enfatizar para gestante os cuidados com:
 
    • a frequência cardíaca: se continuar alta após parar o exercício, é bom consultar o médico;
    • água fria demais, pois gera hipotermia e possível elevação da pressão sanguínea;
    • água quente demais, pois gera hipertermia e possível sensação de desmaio e tontura;
    • as repetidas saídas da piscina em função do aumento da diurese;
    • saída da piscina, pois voltam a sentir o seu peso real;
 
Cabe ao professor ministrar exercícios:
 
    • com ênfase na respiração, pois ajudará no parto, reduz a dor e facilita o nascimento;
    • aeróbios para beneficiar o componente cardiorrespiratório da gestante;
    • de compensação para as partes do corpo em que a gestante sente dor (principalmente na região lombar);
    • para fortalecer a musculatura dorsal superiores para melhorar a postura muitas vezes comprometida pelo aumento de volume dos seios;
    • para fortalecer musculatura pélvica, abdominal e perinear;
    • para fortalecer musculatura respiratória para facilitar a passagem do bebê pelo orifício vaginal;
 
Cabe ao professor contraindicar o exercício durante a gestação nos casos de:
 
    • bebê com baixo peso; 
    • dor abdominal inexplicável com contrações uterinas; 
    • fadiga excessiva, dor no peito ou palpitações; 
    • flebite (inchaço, dor ou rubor em uma das pernas); 
    • gestação múltipla; 
    • hipertensão causada pela gestação; 
    • histórico de aborto ou trabalho de parto prematuro. 
    • colo do útero fraco;
 
Em virtude da pandemia da Covid-19, a Asociación Iberoamericana de Educación Acuática Especial e Hidroterapia (AIDEA) publicou algumas diretrizes a serem levadas em conta na reabertura de programas de atividades aquáticas na relação do professor com os alunos. São elas: 
 
    1. Aulas em grupo só devem ser possíveis mediante reserva prévia, respeitando padrões de distância de cada pessoa. Restrições ao número de pessoas por espaço devem ser levadas em conta;
    2. Horário especial e exclusivo para pessoas com mais de 65 anos mediante agendamento e, assim, acomodar o afastamento físico na instalação;
    3. Com pessoas que não precisam ter o apoio físico do professor, este deve evitar estar na água, pois é prioritário manter a distância segura. Recomenda-se 2 m de distância;
    4. Deve-se tentar reduzir ao máximo o uso de materiais. Em caso de utilização: da piscina, vestiários, materiais utilizados em práticas aquáticas, sempre que utilizados, deverão fazer limpeza/desinfecção;
    5. Com pessoas que precisam ter o apoio físico do professor, tanto o usuário quanto o professor devem usar máscara facial (e outros meios de proteção, conforme indicado pela regulamentação nacional);
    6. Os usuários da piscina devem tomar banho antes de entrar na piscina para remover as impurezas normalmente encontradas nos corpos e tomar banho ao sair da piscina. Ou fazer isso em casa.
 
A gestação é como rosas, há quem aprecie o broto de uma rosa (saber que está gravida), e outro admire o desabrochar das pétalas (acompanhar as mudanças) e aquele que fica maravilhado com a rosa aberta (vivenciar o nascimento). A ideia é poder realizar com amor o trabalho na água com a gestante e favorecer a grávida durante toda a gestação e não apenas em fases. 
 
Professor, cultive, regue, trate bem as rosas que você receber e ajude as gestantes a desfrutar do agradável perfume das rosas durante toda a gestação. Boas aulas!
 
Referências: 
    1. Navas A, Artigues C, Leiva A, et al. Effectiveness and safety of moderate-intensity aerobic water exercise during pregnancy for reducing use of epidural analgesia during labor: protocol for a randomized clinical trial. BMC Pregnancy Childbirth. 2018; 18:94. 

    2. Aguilar-Cordero MJ, Sánchez-García JC, Rodriguez-Blanque R, et al. Moderate Physical Activity in an Aquatic Environment During Pregnancy (SWEP Study) and Its Influence in Preventing Postpartum Depression. J Am Psychiatr Nurses Assoc. 2019. 25(2):112-21. 

 


 

Sobre o autor

 
 Marcelo Barros de Vasconcellos
 
Marcelo Barros de Vasconcellos
 
Marcelo Barros de Vasconcellos é Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Especialista em Atividades Aquáticas, Mestre em Saúde Coletiva, Doutor em Nutrição, autor dos livros Natação Monitorada e  Hidrovariações.
 

 

 

 



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