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Revistas Edição 96

Piscina e Esporte


ÁGUAS NA MATURIDADE: A beleza da natação na melhor idade
Envelhecer é comumente retratado como um gradual silenciar do corpo, um tempo de limitações. No entanto, essa narrativa desmorona diante de quem escolhe o movimento como forma de existir — e é na água que essa revolução particular muitas vezes acontece, como mostra o nadador de 93 anos, Flávio Mota.
 
 
A natação surge como metáfora perfeita dessa travessia. Dentro d’água, o corpo reencontra sua leveza primordial: o impacto das articulações se dissolve, os ossos aliviam seu peso, e cada braçada se torna um voo submerso. Mais do que exercício, é um reencontro com a memória do próprio corpo — um regresso simbólico a um estado de fluidez e paz. Para além dos benefícios físicos, restaura-se também a confiança e a serenidade.
 
O som abafado da água, o ritmo da respiração e a cadência das braçadas compõem uma oração silenciosa. Nadar, nesse sentido, é rezar com o corpo.
 
É nesse contexto que emerge a figura inspiradora de Flávio Mota, 93 anos, nadador que transformou a piscina em palco de celebração da vida. Natural de Bauru (SP), ele é a personificação viva de como a paixão pode transcender décadas e desafiar convenções sobre idade e capacidade. Suas medalhas não brilham pelo metal, mas pela mensagem que carregam: o tempo pode avançar, mas não precisa ser um adversário.
 
Com seu humor característico e olhar tranquilo, Flávio compartilha: “Sempre gostei de nadar, mas nunca para competir. Porém, depois dos quarenta resolvi me inscrever na Master mundial e fiquei entre os cinco colocados.” Um feito notável que revela não apenas talento, mas a coragem de recomeçar em uma fase madura da vida.
 
 
Sua filosofia vai além das piscinas. Como ele mesmo conta, rindo: “Nunca tive o hábito de beber ou de fumar, meu vício, se é que tive um, era dançar. Sempre gostei de exercitar o corpo. E tive muita sorte de ter a família que tenho e de até conseguir um novo amor depois de velhinho.” Um testemunho leve e profundamente sábio sobre prioridades, gratidão e a capacidade de se reinventar — e de amar — em qualquer idade.
 
Com mais de nove décadas de vida, coleciona não apenas conquistas em competições no Panamá, Argentina, Uruguai e Colômbia, mas também a admiração de quem vê nele um exemplo de vitalidade. Entre suas lembranças mais preciosas, destaca-se o pódio no Pan-Americano na Colômbia, onde conquistou o segundo lugar. Essa experiência representa para ele não apenas uma conquista esportiva, mas um marco em sua trajetória — um momento que encapsula décadas de dedicação e amor pela natação.
 
A ciência comprova: a prática regular de exercícios na terceira idade combate a perda muscular, fortalece os ossos, protege a cognição e afasta a solidão. Seja na natação, na caminhada, na dança ou no alongamento, movimentar-se é firmar um pacto de autonomia com a vida. Mas além dos dados, há uma verdade sensível — e ela está no brilho do olhar de quem redescobre a alegria de se sentir capaz, no sorriso de quem supera mais uma volta na piscina, no laço que se forma entre aqueles que se encontram nas aulas. O exercício é, também, um ato social — fortalece músculos e vínculos.
 
Com suas braçadas firmes, Flávio não nada só. Sua presença na água é farol que ilumina um caminho possível: o de que ainda é tempo de florescer, mesmo com nove décadas de história sobre os ombros. Para sua família, ele é mais do que um atleta — é uma inspiração diária. Seus filhos e netos lembram com carinho como os ensinou a nadar e como sua dedicação sempre foi um exemplo de disciplina e amor. Essa relação transcende o esporte. O orgulho que sentem por ele não vem apenas de suas conquistas nas piscinas, mas da pessoa que é: um homem de paz que exala amor, bom humor e muita sabedoria.
 
Sua presença é um lembrete constante de que valores como persistência, dedicação e amor próprio são construídos dia após dia, braçada após braçada. Envelhecer em movimento transcende a mera resistência à finitude — é um ato poético de honrar a vida em cada dia, com presença plena e dignidade serena. O corpo, talvez já não respondendo com o vigor da juventude, guarda em sua essência uma alma inquieta, sempre ávida por descobertas. É nela, nesse íntimo eternamente curioso, que habita a verdadeira juventude. Flávio demonstra essa verdade ao revisitar suas memórias esportivas não com pesar, mas com a gratidão de quem soube viver cada braçada com intensidade.
 
 
E nesse nadar continuado, o idoso que se move não está apenas alongando músculos ou poupando ossos: está escrevendo, com o próprio corpo, um testemunho silencioso de que a vida vale a pena ser vivida em todos os seus capítulos. Porque há mais grandeza em um mergulho sereno do que em um salto impulsivo; mais sabedoria em uma braçada constante do que na velocidade de outrora. Pois, no fim das contas, coragem não se anuncia com grandiosidade. Muitas vezes, ela se revela no gesto simples de seguir em frente — mesmo quando o cansaço aperta, mesmo quando a idade sussurra dúvidas. Coragem é, no fundo, dar mais uma braçada quando tudo parece pedir para parar.
 
E este simpático senhor de 93 anos, que ainda dá suas braçadas vigorosas, oferece um conselho simples, mas carregado da autoridade de quem viveu o que prega: “Se valer um conselho para a juventude, peço a eles que pensem mais na saúde e aproveitem agora o vigor físico para fazer esporte. E a natação seria ideal, pois mexe com respiração, pulmão, coração. Isto fará muita diferença no futuro. E quem diz é um quase centenário e que ainda dá umas nadadinhas.”
 
 
Que a maturidade jamais seja o capítulo final, mas um novo volume escrito com braçadas, passos e danças. Como Flávio Mota, que nada não por obrigação, mas por devoção — celebrando a existência a cada movimento. Sua jornada nos inspira, ensinando que avançar na idade não é cair: é aprender a navegar em águas mais profundas.
 
 
Fonte: Revista da Piscina Ed.96

 




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