• Sobre Nós
  • Revistas
  • Blog 1
  • Podcast
  • FAQ
  • Contato
  • Pesquisar
  • Sobre Nós
  • Revistas
  • Blog 1
  • Podcast
  • FAQ
  • Contato
  • Pesquisar

Revistas Edição 56

Piscina e Tratamento


A IMPORTÂNCIA DA CLORAÇÃO DA ÁGUA
Fonte: Revista Pool-life Edição. 56
Publicado em 20/05/2001
 
Jonas Gruber, Rosamaria Wu Chia Li e Allan Silvestre dos Santos(*)
 
A água é considerada um dos recursos naturais mais importantes, visto que sem ela não seria possível a existência de vida. Estima-se que o volume total de água na terra seja de 1,4 bilhão de quilômetros cúbicos, porém apenas 2,5% desse volume corresponde a água doce. Esta por sua vez encontra-se distribuída, em sua grande maioria, nos pólos, em forma de gelo ou em lençóis subterrâneos, e apenas 0,26% do total de água da terra se apresenta na superfície. Isto é, nos rios e lagos.(Fig. 1 – p. 16).
 
 
Historicamente, grandes civilizações desenvolveram-se nas proximidades de rios como o Nilo no Egito, Eufrates, Tigre na Mesopotâmia e Indo no Paquistão.
Esses rios ofereciam grandes facilidades aos povos que lá se estabeleceram, como terras extremamente férteis, fonte de água potável, meio de descarte de esgoto e lixo produzidos pelos habitantes.
 
À medida que grandes centros urbanos foram se desenvolvendo, essas águas superficiais bem como os lençóis subterrâneos, ficaram poluídos pelo esgoto, lixo e resíduos Industriais despejados de forma inadequada, culminando no aparecimento de muitas doenças transmitidas através da água como por exemplo: cólera, febre tifóide, diarréias e diferentes tipos hepatite. Começaram a ocorrer epidemias em várias cidades do mundo, resultando em grande número de mortes.
 
Em 1854, um surto de cólera causou a morte de aproximadamente 10.000 pessoas em Londres1. Isto resultou na contaminação da água, que era utilizada por quase toda a população, pelo vibrião da cólera. A epidemia foi controlada quando John Snow adicionou cloro à água de um reservatório que abastecia grande parte da cidade. Este foi um dos primeiros relatos que se conhece sobre a aplicação de cloro para esse fim.
 
Em 1897, após uma epidemia de febre tifóide na Inglaterra, Sims Wood-head utilizou uma solução alvejante como medida temporária para purificar a água potável que era distribuída. Essa solução alvejante continha hipoclorito de sódio, uma substância derivada do cloro, formada pelo borbulhamento de gás cloro numa solução de soda cáustica.
 
Em 1908, foi a vez de os EUA adotarem esse tipo de tratamento nas águas de abastecimento, inicialmente em Nova Jersey e, logo em seguida, em várias outras cidades, contribuindo para a redução drástica no número de mortes por febre tifóide e outras doenças entéricas. (Fig. 2 – p. 17).
 
 
É interessante comparar o gráfico da Fig. 2 com o da (Fig. 3 – p.18), que representa o aumento da expectativa de vida nos EUA2. Uma análise mais cuidadosa revela que o aumento mais acentuado (19%) na expectativa de vida ocorreu justamente entre os anos 1900 e 1920, época na qual se iniciou o processo de cloração das águas de abastecimento. É bom ressaltar que este período é anterior ao do início da utilização de penicilina e antibióticos modernos (1940). Certamente foram estes fatos que levaram recentemente a revista americana Life e a Organização Mundial de Saúde (World Health Organization) a considerarem a utilização de cloro no processo do tratamento de água como um dos avanços mais importantes da humanidade no último milênio.
 
 
 
Infelizmente, este processo, apesar de simples, eficiente e relativamente barato, ainda não está disponível para toda a população mundial. Nos países em desenvolvimento, metade de seus habitantes consome água não tratada com consequências devastadoras. Somente em 1990, mais de três milhões de crianças, com menos de cinco anos, morreram de infecções intestinais relacionadas à contaminação de água.
 
O tratamento clássico para a desinfecção das águas de piscinas, que em princípio, são sujeitas ao mesmo tipo de contaminação microbiológica que as águas de abastecimento, é por meio da cloração, seja empregando cloro gasoso, um de seus derivados líquidos ou sólidos ou, ainda, pela geração eletrolítica de cloro a partir de cloreto de sódio (sal de cozinha). Ao longo dos anos, outros métodos alternativos de desinfecção foram propostos, como por exemplo, o uso de radiação ultravioleta, gás ozônio, água oxigenada, íons de metais de transição (cobre e/ou prata) etc. Na verdade nenhum deles prescinde do cloro, seja como oxidante, como desinfetante ou como mantenedor de residual desinfetante, assim como nenhum reúne tantas vantagens, com o baixo custo e a longa experiência adquirida (de quase um século), como: (a) elevado poder germicida que elimina a maioria dos tipos de microrganismos patogênicos: (b) elevado poder oxidante que elimina os resíduos dos microrganismos mortos; (c) possibilidade de ter um residual capaz de manter a higienização da água após o tratamento. Impedindo a reinfecção; (d) baixa toxicidade nas concentrações recomendadas para uso; (e) capacidade de reação com compostos sulfurados e nitrogenados como, por exemplo, sulfato de hidrogênio e amônia, respectivamente, provenientes de resíduos orgânicos e que conferem à água sabor e odor desagradáveis; (facilidade de análise em campo; (g) disponibilidade sob todas as formas que se desejar, como gás, líquido, sólido (grânulos, tabletes).
 
Nos últimos vinte anos, o processo de cloração das águas tem sofrido algumas críticas devido à descoberta da formação de tri-halometanos (THMs), substâncias cancerígenas, pela reação de cloro com matéria orgânica, especialmente ácidos húmicos e fúlvicos, provenientes da decomposição de plantas. Estudos revelaram que a ingestão de 1,8 litro de água contendo o limite máximo permitido de THMs*1, diariamente, por sessenta anos seguidos, poderia dobrar a incidência de câncer de bexiga na população. Preocupados com estas informações, porém sem efetuar uma análise mais global do assunto, autoridades peruanas ordenaram em 1991 a interrupção do processo de cloração das águas de abastecimento naquele país, o que trouxe consequências desastrosas: uma epidemia de cólera alastrou-se pelo Peru e por mais dezoito países da América Latina, atingindo 1 milhão de pessoas e causando 10 mil mortes6. Essa epidemia foi parcialmente eliminada graças à intervenção técnica apoiada pela Organização Pan-Americana de Saúde que sugeriu o retomo da desinfecção com cloro.
 
 
Para eliminar ou reduzir a formação de THMs, as modernas técnicas de tratamento de água potável só recomendam a cloração de águas poluídas após a redução física do material orgânico (decantação, filtração).
 
É interessante mencionar que se, por um lado, existem trabalhos científicos associando o uso de cloro e seus derivados com uma maior incidência de câncer de bexiga, por outro, há publicações que sugerem o contrário, em relação a outros tipos de câncer. Por exemplo, a contaminação humana pela bactéria Helicobacter pylori, presente no estômago de aproximadamente 70% das pessoas com gastrite ou úlcera, e intimamente associada ao desenvolvimento de carcinomas gástricos, foi atribuída ao consumo de água não tratada e/ ou de vegetais crus lavados ou irrigados com essa água. Em trabalho recente, Johnson e col, mostraram que esta bactéria é inativada por cloro em concentrações normalmente empregadas nos processos de desinfecção da água de abastecimento. Assim, pode-se concluir que a Incidência de câncer de estômago e duodeno é menor nas populações que consomem água clorada
 
Há também relatos isolados de processos alérgicos dermatológicos em algumas pessoas, após frequentarem piscinas tratadas com cloro ou derivados. Cabe ressaltar que praticamente qualquer substância química pode desencadear uma reação alérgica, dependendo apenas da sensibilidade de cada indivíduo. Já foram descritos inúmeros casos de morte por choque anafilático, após uma única picada de abelha, injeção de penicilina e de tantos outros remédios. Nem por isso deve-se pensar em exterminar as abelhas ou retirar do mercado todos os medicamentos. Há de se levar em conta as relações de risco e benefício.
 
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a desinfecção por cloração ainda é a melhor garantia de se ter água microbiologicamente segura. Quanto às críticas, muitas vezes vindas de Instituições não científicas, isto é, comerciais que buscam a venda de outros produtos que geram lucros maiores, devemos lembrar da má experiência do Peru, que falam por si só.
 
 
Bibliografia:
 
1. K. Chistman. The History of Chlorine. http://c3.org/newsroom/clips/history.html
2. http://www.insure.com/life/annuity/expect-all.html
3. http://www.sciam.com/askesxpert/environment/
4. http:/c3.org/newsroom/whitepapers/groundisinfect.html
5. J. Gibbons, S, Laha. Enviroumental Pollution. 106. 425 (1999)
6. A. J. Bates. Food and Chemical Toxicology. 38. 529 (2000)
7. C. H. Johnson. E. W. Rice. D. J. Reasoner. Applied and Environmenetal Microbiology. 63. 4969(1997)
 

(*) OS AUTORES 

 
Jonas Gruber, Prof. Dr. Docente do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. 
Rosamaria Wu Chia Li, Mestre em Ciências pelo Instituto de Química da Universidade de São Paulo. 
Allan Silvestre dos Santos, Estagiário de Iniciação Cientifica do Instituto de Química da Universidade de São Paulo. 
 
*1 Em recipientes abertos como as piscinas, à temperatura ambiente, os THMs formados volatilizam-se para a atmosfera. 
 
 

 

 







Sentimos muito orgulho desse trabalho e esperamos que você venha partilhar dele conosco e nossa valiosa e incansável equipe, que está sempre em busca de oferecer-lhe o melhor que existe para o setor, seja em produtos, entretenimento ou informação.

Links

  • Sobre
  • Revistas
  • Blog da Piscina
  • Podcast
  • FAQ
  • Política de Privacidade

Contato

Rua Santana de Ipanema, 262
Cumbica - Guarulhos - SP
07220-010
Telefone: 11 2146-2146
Email: marketing@genco.com.br

Redes Sociais

Fique por dentro de tudo o que acontece no mundo das piscinas.

Copyright © 2024 GENCO® | Todos Direitos Reservados

www.genco.com.br